A campanha Sou Ntavase tomou conhecimento de mais um caso de violação sexual. A sobrevivente deste caso é uma jovem de 18 anos que foi agredida fisicamente e violada sexualmente por um homem armado e suspeito de ser agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a sobrevivente chegou a essa conclusão devido ao fardamento que ele trajava na noite da violação.


O caso deu-se no dia 1 de Julho de 2021 no bairro Magoanine, na cidade de Maputo quando a Ntavase voltava para casa, pelas 19 horas. A Ntavase estava a apreciar algumas peças de roupas de fardo comercializadas nas bermas da estrada daquele bairro, quando um homem se apresentou como polícia e exigiu o Bilhete de Identidade (BI). Quando ela disse que não tinha o BI, o agente respondeu agressivamente dizendo que ela passaria a aquela noite na esquadra mais próxima e forçou-a a acompanhá-lo.

A Ntavase, que não conhecia muito bem a zona, acompanhou o agente inocentemente. Mas logo, apercebeu-se que alguma coisa estava errada. Caminharam por alguns minutos e quando já estavam numa área pouco movimentada, próxima as machambas de verduras e legumes, ele arrancou o celular da Ntavase, a algemou e a obrigou a se deitar. Ela deitou-se e o homem bateu a região das nádegas com um chamboco.

Depois da agressão física o homem tirou as roupas da Ntavase e a violou sexualmente sem o uso do preservativo. Quando ela tentou gritar o violador ameaçou bater mais e por medo ela ficou quieta a suportar as dores.

Quando ele terminou, tirou as algemas, devolveu-lhe o celular e foi embora. Assustada, com medo e muita dor, a Ntavase vestiu-se e tentou procurar um caminho que a levasse para casa. Quando ela chegou a casa, contou tudo o que aconteceu à sua tia.

No dia seguinte a Ntavase foi ao Hospital Geral de Mavalane onde foi cumprido todo o protocolo médico em caso de violação sexual (Exames médicos, testes de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis e administração da profilaxia).

No Centro de Atendimento Integrado as Vítimas de Violência (CAIVV) recebeu uma guia para efectuar a denúncia na esquadra mais próxima. No momento, ela teve receio de efectuar a queixa porque o violador apresentou-se como polícia. Um tempo depois, a Ntavase ganhou coragem e denunciou o caso.

Esperamos que o violador seja localizado e responsabilizado pelo crime cometido. Casos de abuso sexual contra as mulheres, raparigas e mulheres envolvendo agentes da lei e ordem que deveriam proteger a população especialmente as mulheres tendem a aumentar no país. Além de minarem a confiança diante dos cidadãos, estes violadores disfarçados de agentes da lei e ordem, cometem abusos extremos no exercício de suas funções.

Exigimos mão firme da justiça no tratamento desses casos.