A Sala de Conferências do Mira Rio em Guijá recebeu no dia 08 de Junho de 2023, os Provedores de Serviços da Área de Atendimento à Criança Vítima de Violência e representantes das Comunidades no Distrito de Guijá para debater a situação da criança naquele distrito.

A Mesa Redonda decorreu sob o tema “Violência contra Criança com Enfoque nas Uniões Prematuras, Gravidezes Precoces, Assédio e Violação Sexual e contou com a participação dos Provedores de Serviços das áreas de Saúde, Educação, Justiça, Líderes Tradicionais e Religiosos, Presidentes dos Conselhos de Escola, Professores, Pais e Encarregados de Educação e Raparigas como agentes importantes na estratégia de prevenção e combate às uniões Prematuras.



Para traçar estratégias para a prevenção e combate violência contra a Criança em Guijá, os provedores de serviços partilharam dados inerentes a casos registados durante o Iº Semestre de 2023.

De acordo com Sérgio Zitha, Director dos Serviços Distritais de Educação, Emprego e Tecnologia, durante o Iº Semestre foram registrados 29 casos de gravidezes precoces dentro das escolas do distrito, 05 desistiram e 24 foram reintegradas e continuam a frequentar a escola pois foi feita sensibilização dos pais para que não permitissem que as raparigas desistissem da escola em decorrência da Gravidez.

“Ainda persistem muitos casos de gravidezes precoces no distrito de Guijá. Um dos grandes desafios que os Serviços Distritais da Saúde, Mulher e Acção Social enfrenta é que as famílias não denunciam pelo facto de na comunidade todos serem família e todos se conhecerem e com isso as raparigas sofrem intimidação da própria família e da família do agressor, incutindo-as que não podem denunciar pois a amizade entre os pais pode acabar´´- acrescentou Guilhermina Sitoe – Directora dos serviços distritais de saúde, mulher e Acção social de Guija

Por sua vez, a Comandante Ivone, Chefe do Gabinete de Atendimento à Família e Menor Vítima de Violência, também secundou as falas da Dra. Guilhermina Sitoe e referiu que a maior parte das meninas que vivenciaram uma gravidez precoce ou uma união prematura nunca denunciam os agressores, são orientadas a dizer que o agressor não aceitou a gravidez ou que este se encontra na África do Sul. O que não constitui verdade, pois a maioria destes agressores são pessoas adultas e conhecidas pela família da menor.

Realçar que a Mesa Redonda foi realizada no âmbito do Projecto “Prevenção e Redução de Violações de Direitos de Género, Gravidez na Adolescência e uniões prematuras em adolescentes e jovens em Moçambique e Zimbábwe”, uma iniciativa implementada pelo ROSC, e Associação KUTENGA no Distrito de Ka Maxaquene, na Cidade de Maputo e pela AJUCOM, no distrito de Guijá, em Gaza, que conta com o apoio da Terre Des Hommes Deutschland.

 

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