A campanha SOU NTAVASE é baseada em histórias de vida verídicas de raparigas e mulheres que foram violadas sexualmente, seu rastreio e posterior acompanhamento até a busca pela justiça. As violações sexuais a menores tem acontecido numa altura em que mulheres, raparigas e crianças do sexo feminino são regularmente submetidas a violência física e sexual, à iniciação sexual precoce e ao feminicídio.

Esta campanha tem como objectivo principal chamar à atenção das instituições públicas, fazedores de política, activistas sociais e a sociedade no geral sobre a necessidade de falar, agir e cuidar das crianças, raparigas e mulheres vítimas de violência de género com maior enfoque para casos de violência sexual.


Na semana passada partilhamos o caso da menor de 13 anos que foi drogada e violada por 4 homens, dos quais um deles é agente do SERNIC. O acto ocorreu no dia 12 de Setembro e se repercutiu nas redes sociais e outros medias na semana seguinte, através dos vídeos feitos pelos próprios violadores durante o acto.
A campanha “Sou Ntavase” tomou conhecimento do caso e passou a dar acompanhamento e seguimento por forma a garantir que a vítima sobrevivente tenha assistência e cuidados necessários até que os perpetradores deste crime hediondo sejam levados a barra da justiça e respondem pelo crime em questão.


Esta semana, tivemos a informação de que três dos quatro autores do crime de violação da menor de 13 anos já foram capturados e neste momento estão no processo de legalização na Sede do Tribunal Distrital da Matola. A Polícia da República de Moçambique afirmou que diligências decorrem com vista a neutralização de outros criminosos a monte.

Foram apreendidos juntamente com os violadores roupa de cama (almofadas e lençóis) usados durante o acto, um computador e vários celulares, material usado para fazer os vídeos da violação e difundi-los nas redes sociais.

No seguimento do caso, moradores do bairro exigiram justiça por tantas outras mulheres que foram vítimas da quadrilha. Há relatos indicando que várias mulheres foram vítimas dos mesmos violadores e usavam o mesmo procedimento: oferecer uma bebida, drogar, violar e filmar o acto, acreditando que sairiam dos crimes impunes visto que um dos membros era da polícia. Uma das vítimas foi ameaçada pelos violadores alegando que o marido seria o primeiro a receber o vídeo caso ela os denunciasse para a polícia.

E desta forma o caso segue e esperamos que todos os envolvidos sejam responsabilizados e que a justiça seja feita para todas as Ntavases.

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